quarta-feira, 22 de junho de 2011

sabe o que eu quero?

Eu quero acordar, sozinha sem sono. Descer as escadas da minha casa coçando os olhos e procurando um relógio. E, logo após olhar as horas, esquentar o resto de café que está no bule, esquecer ele fervendo, pôr leite frio para compensar o tempo que deixei no fogo, acender um cigarro e sentar. Quero olhar no relógio novamente, pois não prestei atenção nas horas, já que tempo para mim é o que eu tenho de sobra e ver que se alguém aparecer eu ainda posso dar "bom dia". Subir, colocar uma calça e blusa confortável, vestir o meu tênis branco, que é básico, combina com tudo e é o único que não tem sequer um furo ou rasgo; procurar minha bolsa, colocar minha escova de dentes, meu RG, uns trocados e sair. Sair por aí, andar, andar, andar, pegar um ônibus quando estiver cansada, aquele primeiro que passar mesmo. Descer quando começar a ficar com enjôo já que estarei de estômagoa vazio e parar no primeiro boteco para comer um pão com manteiga na chapa e tomar um pingado. Acender outro cigarro e deixar meus pensamentos irem embora com a fumaça. E, se eu não quiser voltar? Ninguém tem nada a ver com isso. Sentirei falta de muita gente, mas não quero que ninguém sinta falta de mim. É impossível ser feliz sozinho quando as pessoas criam laços. Mas, eu quererei voltar, e voltarei quando tudo estiver bem. Quando meus amigos não brigarem por causa de dinheiro, quando meu avô estiver andando de bicicleta e respirando sem dor de garganta. Quando eu tiver certeza que o dia terminará bem.

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