terça-feira, 21 de julho de 2009

stars are blind

o acaso de mãos dadas com o suicídio me convidam a sentar no espaço-tempo e dividir um chá.
eles cruzam muito a minha vida e eu não sei qual dos dois eu prefiro, mas no fim das contas não alcanço nenhum deles mesmo.

[2005]

quinta-feira, 16 de julho de 2009

cotidiano

faz tempo que não escrevo histórias que acontecem comigo. Na maioria das vezes posto poemas ou texto amoroso-depressivo-bonito que faz com que eu me sinta mais inteligente e mais criativa que as demais pessoas.
Ontem foi um dia bom. Acordei as 6h40 da manhã, comi pão na chapa e tomei leite desnatado com nescau. Saí atrasada para o trabalho escutando meu audiolivro Memórias do Livro na voz de Cristiana Oliveira, que conta um livro que sobreviveu a grandes tragédias, inclusive a 2GM. Se passa na Bósnia e a única vez que eu ouvira falar desse país fora quando meu caro amigo, Guilherme, futuro advogado, teve uma obsessão orkutiana, e eu descobri onde ficava Sarajevo, ou melhor Saraiêvo. Ela tem o emprego dos sonhos, assim como todo livro que eu leio. Talvez o melhor emprego do mundo seja o de escritor!
Saí correndo para pegar o ônibus. Quase vinte e um anos e não tenho carro. Nem habilitação para dirigir um, apesar de já ter guiado vários e protagonizado uma batida daquelas.
Pego o 11PR Terminal Tude Bastos, e perco a concentração noq ue escuto para pensar: 11 de quê, PR pois ele vai pela praia e TUDE? Alguém chama Tude? Entro no ônibus, meu cartão transporte acusa Erro de Leitura: Saldo Insuficiente. Eu até ficaria envergonhada, mas a tecnologia de ponta da minha cidade me permite cometer esse deslize de saldo insuficiente com mais de $100 de créditos. Sento no banco reservado, mas com a idéia de que se algum idoso entrar eu me levanto. Nem uma mulher gestante ou com criança no colo, ou até mesmo um deficiente adentraram o transporte público. Desci no terminal, saí correndo para pegar o 934 ou 904 ou 941 que me deixa mais perto do trampo. Fui de pé, cheguei e loguei atrasada no meu trabalho. 20 minutos atrasada.
Eu demoro uns 5 minutos para abrir os 11 programas que utilizo no computador. Esse é o motivo pelo qual eu consigo digitar umas 100 palavras por minuto sem olhar pro teclado. Enrolei e um dos programas inprencindíveis para o meu atendimento não abria. Fui então fazer um monte de nada quando então um dos superiores pediu minha ajuda e eu fiquei fazendo um trampo que eles não sabem fazer ainda. Saí 20 minutos mais tarde, por coincidência ou não e fui andando até o Canal 2 ( eu trabalho no Canal 1 de Santos / Telefonica - Speedy) e fui brincar de Desafio Sebrae com meu parça Luis. Nós não prestamos nada, mas a gente se ama hahahahhaa. Decidimos insumos de compras, discutimos economia, fizemos emprétimos e sim, é bem mais complicado que banco imobiliário. Nossa pontuação até que não está das piores e nos divertimos muito. Saí da casa dele às 17h, peguei outro ônibus que me deixou muito longe do meu destino: cabeleireiro. Fui andando para esticar as pernas e prevenir a celulite. Quase um quilômetro, cheguei, o cabelo da Vanessa estava maaara! Fiz xixi e fomos pro happy hour tomar uma cerveja. Brahma, é claro, até porque não tinha Itaipava. A primeira garrafa desceu fácil, junto com um Marlboro azul, meu novo cigarro predileto. Conversamos sobre nosso dia e "aquele" assunto veio à tona: ex. feliz era Eva, Adão foi o primeiro e ela a primeira. Eu confessei que havia errado muito, mas ele também errou. Nós não guardamos ressentimentos.
- No fim das contas as histórias são todas iguais - eu disse - só mudam os personagens.
Um breve suspiro. Mais um gole. Mais um cigarro.
Mais palavras, mais ex. Ex não tem plural, engraçado né? Principalmente pelo fato de que você sempre tem O ex, AQUELE ex, o inesquecível EX.
Os ex de ontem são famosos no nosso círculo. Seja para lembrar com alegria ou tristeza. Ontem foi com raiva. Inveja, não! Raiva. Eles estão bem e nós não.
Espere! Eu estou bem, só não estou com ele...ah! é o famoso peteleco no orgulho. Que eles estejam felizes.
- Eu não voltaria, eu cresci e amadureci e ele não - ela disse e eu concordei.
Concordei com o seu ponto de vista em relação a ele.
- Eu voltaria, sim. Minha nostalgia não me permitiria dizer não aos anseios passados.
Mais uma Brahma, duas brahmas, um pão de queijo, uma ligação.
- Eae maloqueira.
Meu coração disparou.
Ele que eu excluí do orkut, MSN e apaguei o número de telefone. Ele que quase fez com que eu tivesse sentimentos. Ele que fez com que eu passasse por cima do meu orgulho. Ele que é chato, fresco, metido e eu não somente suporto, como faço questão da presença. Ele: bandido. Ele que não é e nunca seria meu ex, pois eu namoraria, casaria e reencarnaria só para casar novamente. Ele que eu beijei uma única vez, mas fiquei bêbada demais e brigamos por horas a fio. Ele que é cínico e contraditório. Ele não fala inglês, não conhece Nietzsche e não lê jornal. Ele que grita aos quatro ventos que eu o amo, mas que só fala de mim, só pergunta de mim e só liga pra MIM.
- Onde vocês estão?
- No Pepita's (marketing gratuito)
- Cola nóis aqui (e eu que sou maloqueira)
- Não, vem vocês pra cá (eu estava há minutos falando que não o queria ver mais)
- Agora não dá, mas já já tamu ai. (ontem mesmo ele havia dito que era melhor se afastar e blé blé blé)
A Vanessa tomouo o telefone. Uns 4 minutos de conversa. Passou de volta para mim.
- Já já, eu te ligo.
E ligou para avisar:
- Aí, nem vai dá pra cola agora, vamu ter que ir na casa da mina do meu brother aqui, mas umas onze e meia nóis se tromba que eu vo sai de missão.
- Não posso - eu disse ríspida.
- Ah! É! Você acorda cedo pra trampar. né? (como se ele se importasse)
- Sim. Mas qualquer coisa passa em casa (sim, sim, não, não, sim, não... ah!)
- Tá beu te ligo, vê se não vai desligar o celular.
- Ok
- Beijo
- Beijo.
Isso era pelas 21h. Passei no Carrefour Bairro e comprei hambúrguer de soje, legumes e verduras congelados, pão integral, queijo minas e gastei quase $70 com natureba's stuff e de tranqueira mesmo só levei um Cheetos pro meu irmão e um Cup Noodles pra mim. Peguei o ônibus quando ele me ligou dizendo que já estava em casa. Ainda tentei uma carona, mas ele ia toamr banho e o ônibus estava chegando. Eu com oito sacolas. Cheguei em casa com as mãos em pedaços, guardei as compras. E enquanto colocava água para ferver, discuti um pouco sobre religião e academia com a minha mãe. Rasguei a tampa do copo do miojo enquanto conversava. Tampei com um pano de prato e esperei os 3 minutos. Acabou antes que eu percebesse. Tanto a conversa quanto o miojo, minha mãe estava bêbada de sono.
Como casa de ferreiro, o espeto é de pau, eu trabalho no suporte técnico do speedy, não conseguia conectar e não tive trabalho. Liguei para a central e fui bem MAL atendida. Como eu gostaria que todas as pessoas fossem que nem eu atendento. Tipo, 2 notas 10 seguidas de monitoria e por aí vai. O cara me passou um protocolo de um sistema que nós nem utilizamos mais. Tsc tsc. Ele mandou um técnico na "central". É foda quando você sabe o que isso significa. Como eu não entrei na internet e estava esperando ansiosamente a ligação, fiquei fuçando no photoshop e arrumando umas fotos minhas para colocar no orkut. Que narcisismo, mas eu sou linda! Eram 23h30 e eu precisava dormir. Deitei e estava sonhando algo meio abstrato quando escutei a música do Mario World. Era meu celular tocando as 01h38.
- Alô - sonolento.
- Tá em casa?
- Sim e dormindo.
- A gente ia passar aí.
- Amanhã eu acordo cedo
- Tá, amanhã te ligo.
- Tá, tchau.
Voltei a dormir, com raiva. Mas, como tudo que está ruim sempre pode piorar: 04h32. Tãtãtãtãnãnãnã tãnãnãnãnãnãnã.Era ele. Ah! QUATRO E TRINTA E DOIS DA MADRUGA! Eu tinha que acordar dali a duas horas. E quem disse que eu consegui dormir? Estou no trabalho, sonolenta, e os técnicos do Speedy fizeram comigo o mesmo que os clientes reclamam para mim: não entraram em contato para verificar o funcionamento e mandaram um SMS para eu verificar e se não estiver funcionando ligar novamente. Saio novamente do trabalho daqui a exatamente 27 minutos. Vou para casa dormir.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

As cores estão mais coloridas, o ar está mais fresco e o sol parece escaldante nesse inverno. Da minha janela vejo nevar flocos de êxtase, e esse entardecer é o mais lindo do mundo. Isso é a tal liberdade; poder ver o mundo de uma forma mais bonita, sentir a música tocar através das árvores, vindo trazida do mar, chegando de um outro continente. Não represento 1% do mundo, mas me sinto ligada a cada pessoa, com bem menos de seis graus de separação. Estou me sentindo no palco da vida, sendo aplaudida de pé pelos meus sentimentos, até pelo orgulho, e olha que ele é bem exigente. Minha depressão quase esboçou um sorriso, mas ela sabe que não pode abusar, senão a inspiração vai embora. Estou sem chão, dizendo a todos que se quiserem que me empurrem do penhasco, pois, dessa vez, eu voarei, sozinha, sem medo de cair, pois a subida será dolorida, mas proporcionalmente divertida.
E ninguém tem nada a ver com isso. Descobri que as pessoas me deixam tristes, eu as deixo fazer isso comigo. Então, prefiro ficar sem as pessoas, eu já me basto.
Rio à toa enquanto escuto a mesma música do post anterior, mas o sentimento é diferente. Eu estava tristes por amores mal-ou-não-correspondidos, mas o que estava sem reciprocidade era meu amor-próprio.

Nada mais importa. Passei na 1ª fase da IBM... agora é só esperar!

domingo, 12 de julho de 2009

inconsequência

é uma paranóia o que sinto agora. o céu tem um gosto de fel, aquele de inverno ocioso. O vento sopra nas palmeiras que vejo da minha sacada, o mar está furioso, e esse new metal que escuto não me traz a adrenalina esperada do ritmo. A minha vida-fútil-social me desespera a cada "oi, tudo bem?" no MSN, e esse sentimento gritante me ensurdece a cada resposta hipócrita "sim, e você?". Não estou bem e menos ainda interessada no seu estado de espírito atual. Eu quero fugir, correr, pegar o telefone e ligar para um dos meus amores-repulsivos-eternos. Mas, também quero ficar sozinha, isolada, enclausurada, morrer, devanear, fingir que tudo ficará bem, quando eu sei que não. Meu repugnante-ego está quase explodindo, mas ele sufoca qualquer possível outro sentimento que eu possa ter. E então me sinto vazia, me sinto out, me sinto numa ilha, mas não estou sozinha. Sou náufraga por opção. Fique aqui, vá embora. Minhas poucas (e rebeldes) emoções se chocam, e isso está me dilacerando por dentro.
EU estou tomando um veneno esperando que outros morram.