sexta-feira, 9 de outubro de 2009

time after time

essa é a trilha sonora da semana.

quarta-feira, sete de outubro de 2009, eu acordei e já tinha ligado para a Van me deixar em São Paulo. Encontrar-me-ia com uma amiga às 11h30 para almoçarmos no Subway. Eu comi pão com salada, e no dela tinha rosbife. Ficamos horas (mentira) na fila para ela depositar uns cheques. Fomos ao Starbucks e ela tomou CHips Jazz alguma coisa e eu tomei Frapuccino de Chá verde com Menta que tem cor de hortelã e gosto de pistache. Entrei no metrô com a mesma sensação que eu sempre tenho ao andar na Paulista. Uma sensação urbana à la Sex and The City. Cheguei à World Maps Ship Jobs para realizar a minha entrevista com o armador do navio. Um português baixinho, com uma pancinha de chop que chama gorjeta de propina. Ele perguntou:

- How about your English? - com um sotaque perfeito.
- I think is great.
- So, tell me, why do you want to work on board?

Claro que eu queria dizer que era pra fugir de Praia Grande, esquecer todos os meus Thiago's (que significa carma em dialeto maiarês), conhecer vários países e ganhar em dólar.

- I wanna work on board 'cause I wanna get more life experience and different cultures.
(é menti)

- And now, I propose a situation. We're a couple of guests and we're on the bar.
- Ok.
- I want a coffe.
- With sugar and milk?
- Great, and I want a water.
- With gas? In a glass with ice?
- Perfect.

E eu sorri, fui uma lady e respondi mais algumas perguntas. Ao sair alguém me esperava no térreo daquele prédio na avenida Ipiranga.

Os olhares se cruzaram e um abraço de saudades foi recíproco. Um ano e meio sem nos vermos. Eu esperei o dia inteiro aquele encontro, sem saber que não seria tão casual. Um dos Thiago's. Um dos protagonistas desse blog. Andei com meu salto de 4 dedos e meio pelo centro de São Paulo, tropecei perto do viaduto do chá. Sentamos numa padaria. O garçom disse:
- Brahma ou Skol?
E num som uníssono ele disse:
- Skol.
E eu:
- Brahma.

E tomamos Brahma, porque ele só fez aquilo para me irritar. Cinco Brahmas e um maço e meio de Carlton depois fomos em direção ao metrô que estava fechado. Dormimos pelo centro. E ao acordar éramos os velhos amigos de sempre.

Os detalhes entre 00h30 até 08h00 não são louváveis, não são vergonhosos. Na verdade foi uma amizade tão intensa que parecia que tínhamos nos visto ontem. A sinceridade da conversa, as brincadeiras, os cinismos, a forma como nos tratamos e tratávamos. Os risinhos, as piadas internas e as opiniões sobre tudo. Ainda combinamos como outrora. E, a verdade foi revelada mais do que tudo. Na verdade, nós sempre fomos amigos. Talvez nunca mais do que isso.

Hoje eu entendo que todo esse amor era amizade, companheirismo e carinho.

E até que enfim eu tirei esse peso das minhas costas.

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