terça-feira, 20 de julho de 2010

triângulo

Eu já comentei que não sou muito fã de geometria? Na verdade, eu não sou muito fã de matemática no geral, mas a forma geométrica do Triângulo é a que mais me incomoda. Os triângulos tempo pontas; pontas machucam.

É estranho quando tudo vai bem. Não sei se é coisa de depressivo não conseguir se acostumar com a felicidade. Ou se a terapia realmente me curou. Mas, agora quando vejo de fora as coisas acontecerem tudo é claro com o que se passou comigo todos esses anos.

E agora eu vejo de fora. Consigo na verdade vê-lo, parado no trânsito, esperando o semáforo ficar verde e refletindo sobre uma escolha que é eterna responsabilidade dele. E ao mesmo tempo, aquela que passou tantos anos, deve estar trabalhando, conversando com algum cliente e tentando manter o foco que a qualquer momento pode ser dispersado pela ansiedade de um recomeço. E o terceiro elemento, aquele que pode mudar tudo, está sentada em algum lugar, absorta em pensamentos antagônicos de tentar conquistar ou deixar como está.
E nesse meio tempo, o farol abre e ele acelera o carro querendo ir na direção oposta a tudo isso, querendo não querer, querendo não ter que decidir.

De um lado o passado e de outro o futuro. E o presente revela-se num cavalo de Tróia, uma traição dos próprios sentimentos e a culpa antecipada da escolha errada. Se é que a outra será certa.

E quando eu vejo uma cena como essa passando e repassando na minha mente, tentando ajudar a esclarecê-lo, eu penso: ainda bem que não é comigo!

E talvez, o único conselho que eu ainda não dei, seja: tudo já está perdoado, pois o tempo só faz esclarecer as coisas. E nessa encruzilhada, um caminho terá de ser deixado para trás sem arrependimentos. Alguém vai sair magoado de qualquer jeito, sempre.

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