domingo, 17 de outubro de 2010

carta pública

Sem destinatário.A remetente já é mais que conhecida. Chega a ser irritante de tanto que escreve e manda cartas. Mas, essa é diferente, essa é uma carta pública, apesar de ser direcionada a você. Não sei se deixei de falar algumas coisas, mas também não teria coragem de fazer certas declarações se fosse exclusivamente para você.
A paixão pode ser explicada quimicamente, por isso uma vez te disse: você é minha via dopaminérgica. Não sei se foi tão romântico quanto pretendia soar, mas você continua sendo. Continua sendo o motivo que faz minhas suprarrenais  trabalharem, você é o causador do frio na barriga a cada lembrança, você é o culpado por me fazer feliz só de receber uma mensagem. Você é a razão pela qual eu quebrei alguns paradigmas dentro de mim, é a quebra da minha racionalidade, faz com que emoções há tanto tempo não sentidas retornassem de dentro de um baú velho, empoeirado, cheio de teias de aranha, voltarem como se fossem novas, únicas, primeiras.
Oito dias se passaram desde a primeira vez. É mais do que prova de que a intensidade supera o tempo. Tout comprendre c'est tout pardonner.  O francês é a língua do amor. A frase em português, significa: tudo que é compreendido é perdoado. Essa história já foi perdoada, mas não foi esquecida. Claro que é muito mais fácil escrever em primeira pessoa, mas então, cadê a imparcialidade? A primeira pessoa sempre faz voz de justiça, sempre está certa. Eu escrevo isso sob a minha ótica, mas dessa história existem três versões, a minha a sua e a verdadeira.
Não acho coerência quando releio os parágrafos anteriores. Amor, paixão, apego... é falta de coerência, falta de léxico. São suspiros, palavras bonitas, momentos de novela que se vão assim como chuva de verão. Já estava perdoado, então, antes de acontecer ou eu já esperava o término tão repentino de algo que nem começou?
Você me deixou confusa, embaralhou meus pensamentos, me fez sentir raiva, mágoa, perda. Mas, além de tudo me fez sentir vontade de libertá-lo; amar é isso, afinal. Ver o o ser amado livre, feliz.
Eu espero que você esteja bem. Eu quero que você esteja bem para que tudo isso possa fazer sentido. Para que todas as lágrimas, dúvidas e incertezas, se você não estiver bem? então prometa que ficará muito bem para que nada do que eu senti tenha sido em vão.
E prometa também não sentir culpa. Eu tenho um argumento plausível para que você possa me prometer isso: "Às vezes, o que queremos é exatamente o que precisamos. Mas às vezes... às vezes, o que precisamos é de um novo plano."
Você não fez nada de errado, e tem o direito de se arrepender se quiser. Eu não sei se estarei aqui para sempre, mas pretendo permanecer por um bom tempo. Não sei se é o amor-próprio ou o ego que me dizem para fazer o contrário. Mas, eu sempre faço o que quero mesmo!
Se você precisar de mim, estarei aqui. Se quiser um abraço, colo ou simplesmente um ouvido amigo pode sempre contar comigo. Eu sempre estarei aqui para você, afinal, antes de tudo você foi/é meu amigo.
Ton rire me crie de te lâcher
Maiara.
ps. eu te amo.

Nenhum comentário: